NA SEMANA DA AMAZÔNIA E DO CERRADO, NÃO TEMOS NADA A COMEMORAR

    No mês de setembro comemoramos - com o intervalo de apenas 6 dias - o dia dos dois maiores biomas do estado do Maranhão: Cerrado e Amazônia. Estes correspondem, respectivamente, a 64% e 35% da área que cobre o estado. Apesar de serem bastante distintos em suas características topográficas, esses biomas têm algo em comum: ambos estão sendo significativa e impiedosamente destruídos.  


O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO CERRADO?



O Cerrado teve 472,8 mil hectares desmatados até 31 de julho. A velocidade média foi de mais de 2 mil hectares por dia. No meio desse cenário, o Maranhão lidera o ranking de desmatamento do bioma com 2.281,72 km² de área devastada (2021). A situação tende a piorar ainda mais quando nos damos conta de que o bioma já perdeu 45,4% de sua vegetação original, de acordo com dados do MapBiomas. Como se não bastasse, a região também conta com um histórico de grilagem e desmatamento ilegais.

O cerrado é a savana mais biodiversa do planeta, com 8 nascentes de bacias hidrográficas, 800 espécies de aves, 6 mil espécies de árvores e 12 mil espécies de plantas. Abrange cerca de 25% do território nacional, apresentando uma diversidade enorme de vegetação e com uma grande complexidade de habitats e paisagens, abrigando cerca de 1/3 da fauna brasileira.

A conversão de áreas nativas do Cerrado para pastagens e agricultura já tornou o clima na região quase 1 ° C mais quente e 10 % mais seco, segundo dados do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). Os efeitos do desmatamento podem se estender para outras regiões que dependem do Cerrado para a provisão de água, como o Pantanal e a bacia do rio São Francisco, que abastece boa parte do Nordeste.

Com o Cerrado de pé, a gente tem casa, ar, água e comida de qualidade. É sustento para quem mora no campo e na cidade. Povos, comunidades tradicionais e agricultores familiares são parte essencial na proteção do Cerrado. A união tem que ser uma só, para proteger esse e todos os demais biomas do nosso país.


O QUE VOCÊ PODE FAZER DIANTE DISSO?

Apoie brigadistas voluntários, como os defensoresdocerrado.com.br, e não esqueça que o maior abaixo assinado acontece nas urnas. Por isso, faça como a campanhacerrado.org.br sugere e vote pensando no Cerrado e no futuro de todos os biomas. 



O QUE ESTÁ ACONTECENDO NA AMAZÔNIA?

REUTERS/Amanda Perobelli//File Photo

De acordo com o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), foram registrados 3 mil focos de calor diários. Tivemos o pior agosto de queimadas nos últimos 12 anos. Mais de 300 milhões de árvores foram derrubadas na Amazônia brasileira entre 1º janeiro e 10 de agosto de 2022, de acordo com dados inéditos do Monitor da Floresta do PlenaMata, uma iniciativa do MapBiomas, InfoAmazonia, Natura e Hacklab pelo fim do desmatamento. Nesse período, foram perdidas mais de 1,4 milhão de árvores por dia, uma média de 1.024 a cada minuto e, a cada segundo, de 17.

“A Amazônia é uma fornecedora de chuva para o país inteiro. Além disso, o desmatamento vai levar a floresta a um ponto de colapso, que é quando ela começa a não existir mais tal como sempre existiu - e isso pode levar à perda da Amazônia, o que seria uma tragédia climática global.”, explica Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. “Essas derrubadas também trazem a violência, a invasão de terras, a criminalidade, a ilegalidade, e isso atinge diretamente as populações que vivem na floresta, como indígenas, ribeirinhos e quilombolas. Então, muitas vezes, o corte de árvores vem acompanhado também do corte de vidas”, complementa. 

Ficou muito claro que não temos nada a celebrar, mas muito para se  preocupar. 


O QUE VOCÊ PODE FAZER DIANTE DISSO?

Fortaleça o movimento de milhares de brasileiros e brasileiras para manter a Amazônia de Pé e proteger o futuro da humanidade. Conheça e cadastre - se para coletar assinaturas para o Projeto de Lei Amazônia de Pé - uma lei de iniciativa popular que destina as florestas públicas na Amazônia para proteção dos povos indígenas, quilombolas, pequenos produtores extrativistas e Unidades de

Conservação!

Siga lideranças amazônidas e coletivos na região nas redes sociais: consuma, conheça, ouça e compartilhe povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, extrativistas e pessoas da Amazônia urbana que estão produzindo conteúdo de qualidade na internet. 

Informe-se: livros, filmes, músicas, reportagens, exposições de arte… Separe um tempinho hoje para ler, entender e se conscientizar sobre o que acontece na maior floresta tropical do mundo! Informação é poder.

Vote verde: Pesquise candidaturas comprometidas com a Amazônia de Pé para dar seu voto nas eleições de outubro. 



- Dhara Inácio


FONTES:
1.https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/amazonia-legal-tem-recorde-de-alertas-de-desmatamento-no-1o-trimestre-de-2022/
2.https://infoamazonia.org/2022/08/11/mais-de-300-milhoes-de-arvores-ja-foram-derrubadas-na-amazonia-brasileira-em-2022/
3.https://ipam.org.br/amazonia-registra-recorde-de-desmatamento-no-primeiro-semestre-de-2022/
4. https://campanhacerrado.org.br/
5. https://defensoresdocerrado.com.br/
6. http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/
7. https://www.gov.br/inpe/pt-br
8. https://ipam.org.br/matopiba-bate-recorde-historico-de-desmatamento-no-cerrado/
9. https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2021/01/03/maranhao-esta-entre-estados-que-mais-desmatam-o-cerrado-para-a-agropecuaria.ghtml

 


 






  




Comentários

Anônimo disse…
Terrível! Quanta destruição 😥
Cmdm disse…
A perversidade capitalista nao tem limite!! Resistamos!!!
Anônimo disse…
As vezes a gente se sente tão impotente, diante de tanta destruição ambiental.

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