Manifesto de Solidariedade
O Brasil
ocupa a posição 145º, entre 192 países, ficando atrás de toda a América Latina,
com exceção do Haiti, em levantamento sobre participação da mulher na política
feito pela União Interparlamentar, que promove a cooperação entre parlamentos
no mundo.
Porém,
mesmo que ainda tímida, a presença cada vez maior de candidatas é algo
fundamental para o fortalecimento da democracia, afinal, a representatividade
feminina é extremamente necessária quando pensamos nas lutas pelos direitos das
mulheres em um contexto no qual ainda há muito preconceito, exclusão e
violência contra nós mulheres.
Essa
realidade exigiu do parlamento brasileiro a criação de uma lei que combata a
violência política contra as mulheres (Lei 14.192/21), para coibir os crimes de
discriminação por sexo e raça nas próximas eleições.
No
Maranhão várias candidaturas femininas foram registradas individual e
coletivamente, no qual destaco aqui o coletivo composto por policiais militares
e bombeiros, que conta com a participação de duas policias militares, no
Maranhão.
Não foi
surpresa para nós, ao tomarmos conhecimento da denúncia feita pela 1ª Sgt PM
Ana Célia dos Anjos Oliveira de violência política sofrida, enquanto membro do
coletivo. Primeiro por se tratar de uma categoria profissional com histórico de
muita violência de gênero contra as mulheres da corporação, seja por assédio
sexual, moral e violência psicológica, seja por violência simbólica. Segundo
por se tratar de uma profissional que se posiciona na defesa dos direitos da
categoria e em particular das suas colegas.
É
inaceitável que ao questionar, divergir ou descordar dos encaminhamentos do
processo eleitoral, ou mesmo, pedir informações sobre a campanha que as
candidatas não tenham as respostas necessárias e ainda sejam tratadas de forma
desrespeitosas e preconceituosas por seus colegas.
Esperamos que o Ministério Público Eleitoral investigue as denúncias apresentadas pelo 1ª Sgt PM, assim como o Comando da Policia Militar do Maranhão, e faça valer a lei de combate a violência política contra a mulher, ei 14.192/21, em vigor no pais.
A luta
pelo fortalecimento da democracia brasileira perpassa fundamentalmente pelo
combate a misoginia e ao patriarcado, e pela participação política das mulheres
nos processos eleitorais sem violação de seus direitos humanos.
Nossa
solidariedade e apoio a 1ª Sgt PM Ana Célia dos Anjos Oliveira.
Centro de
Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Padre Josimo
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