Centro de Direitos Humanos promove reunião com Coordenadora da Casa da Mulher Maranhense




Na última segunda-feira (19/09), o Centro de Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Padre Josimo esteve reunido com a Coordenadora da Casa da Mulher Maranhense, Gabriela Radige, para discutir formas de melhorar o atendimento prestado na Casa. Dentre as cobranças mais urgentes, a Coordenadora do Centro de Direitos Humanos e Fórum de Mulheres de Imperatriz, Conceição Amorim, pontuou a necessidade de se humanizar cada vez mais o atendimento na CMM.

Atualmente a Casa fica situada no bairro Vila Nova, num local de difícil acesso através do transporte público, o que dificulta a vida das mulheres que buscam atendimento. Ao chegar, a mulher é inquirida pelos seguranças do local, que recebem ordens de questionar o motivo da visita, com quem a mulher vai falar e demais detalhes que podem constranger àquela que está muito provavelmente numa situação de vulnerabilidade. Não há razão aparente para que um tratamento tão ríspido seja tomado para com as mulheres que buscam assistência no local, já que a CMM conta com detector de metais na entrada, o que invalida a necessidade de uma abordagem tão abrupta, num local que deveria ser seguro e amigável.

Outra questão levantada durante a reunião foi o tratamento que é dado às mulheres, que sequer são chamadas pelo nome, somente de “assistidas”, um fator de desumanização que não deveria estar presente num ambiente como o da Casa, pois se afasta da individualidade. Por se tratar de um local que acolhe vítimas de violência no geral, há a necessidade de uma equipe preparada e humanizada para prestar assistência adequada à essas mulheres, mas a realidade prova o contrário, com um cenário de psicólogas, assistentes sociais, recepcionistas e demais trabalhadoras que não possuem estudo algum na área de violência contra a mulher, com base nisso foi sugerido que fosse proposto um convênio com a UFMA para realizar essa especialização. Uma queixa ainda mais estarrecedora é a falta de promotoras e delegadas, o que restringe o serviço a apenas um determinado período do dia, prejudicando o atendimento de muitas mulheres que vão lá em busca de ajuda.

Foi lembrada também da necessidade de se traçar um perfil das mulheres que são atendidas pela CMM, a fim de aperfeiçoar ainda mais a prestação de serviços à comunidade. Falou-se ainda sobre a necessidade de arborização nos arredores da CMM, para promover mais conforto às trabalhadoras e trabalhadores da Casa, como também das mulheres que lá buscam apoio. O calor na cidade é persistente durante a maior parte do ano, chegando até a 40ºC no verão, e estar num lugar onde não há nenhuma árvore que possa fazer sombra, implica numa baixa qualidade de vida, principalmente para a equipe de segurança que fica exposta ao sol quando estão na guarita.

Para além disso, reconhece-se que alguns ajustes demandam mais tempo para serem solucionados e que não dependem exclusivamente da Coordenação, mas que depois dessa reunião, algumas coisas podem começar a mudar positivamente dentro deste, que é um órgão vital para o cumprimento dos Direitos Humanos na cidade de Imperatriz.



Dhara Inácio

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