CHEGA DE IMPUNIDADE

                                            
Numa sociedade marcada por preconceitos, falso moralismo e  hipocrisia,  fruto de uma cultura machista e patriarcal,  a VIOLÊNCIA SEXUAL  tem sido  utilizada como forma de punir as mulheres que  vivem sua vida com  autonomia , seja no espaço público ou privado.
Ir a uma festa se divertir e voltar para casa em segurança   é tudo que qualquer jovem  deseja .
Ir para uma festa e depender de carona para voltar para casa e, gentilmente,  aceitar uma carona de um dos “caras” que estava na festa, que mora na mesma região que você, é absolutamente natural e saudável  para qualquer jovem que não tenha condução própria.
Ser surpreendida pelo “cara”  que você confiou e ser estuprada cruelmente é uma tragédia na vida de qualquer mulher. Milhares de questões vem  na sua mente, e você termina se sentindo culpada pro ter “confiado” naquele cara, que  disse, gentilmente,  que te daria um carona.
ESTAMOS AQUI PARA TI DIZER: VOCÊ NÃO É CULPADA POR TER CONFIADO NESSE COVARDE ESTUPRADOR.
A culpa é dele,  que resolveu acreditar  que todas as mulheres  que se aproximam dele  “tem que  dá pra ele”.  A culpa é dele que vê as mulheres como meros depósitos de esperma, e nunca como seres humanos com  direito de decidir sobre seus próprios desejos.
A culpa é dele que acredita que  um “homem”  não deve dá uma carona para uma mulher sem tirar proveito pessoal da situação
A culpa é dele,  que não reconhece nos outros seres humanos a confiança depositada, mesmo em tempos tão difíceis, e covardemente te apaga por asfixia  sem deixar se quer a possibilidade de autodefesa e te  estupra como o ser desprezível que  ele é.
Sim a culpa é do sistema de justiça que mantém estupradores covardes e vis  soltos nas ruas da nossa cidade para fazer outras vitimas, porque não tem vaga nas cadeias.
A culpa é de quem justifica que “estavam todos bêbados na festa” e faz desse discurso mentiroso,  ( sim nós sabemos que você  e outras/os não estavam bêbadas/dos,  tão  pouco o estuprador) a explicação para um o crime bárbaro e  hediondo , naturalizando  a atitude do estuprador.
Sim a culpa é dos que defendem que a educação de gênero  não seja praticada nas escolas, igrejas, espaços públicos e  domésticos,  desconstruindo a cultura do estupro e  da violência de gênero.
Queremos lembrar ao Judiciário Maranhense e ao Ministério Público, que  no Brasil, a violência contra a mulher é crime previsto em leis nacionais, legitimado em acordos internacionais, a exemplos da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), da Lei nº 13.104/2015 (Lei do Feminicídio), e da Convenção de Belém do Pará, que caracterizam como intolerável qualquer violência de gênero contra as mulheres, devendo esta ser denunciada e investigada, como autores identificados, responsabilizados e punidos.
Num contexto no qual os direitos das mulheres são constantemente violados, com requinte de crueldade – a exemplo dos estupros coletivos – constata-se o ódio de gênero contra as mulheres, nós,  mulheres,  do Centro de Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Padre Josimo, repudiamos toda e qualquer forma de beneficio aos estupradores incluindo a esses,   liberdade,  concedida  em  audiência de custodia, para responder pelo crime praticado, enquanto à vítima fica sob  medida protetiva, que não a protege de nada.
 Entendemos que  Agnaldo  Junior é sim um perigo para a sociedade e seu lugar é na prisão, como todos os estupradores, assim como entendemos que audiência de custódia , não é espaço jurídico legitimo para liberar estupradores da prisão preventiva.

Nos  solidarizamos a  vítima de Agnaldo Junior e a família da mesma, a todas as  mulheres que  constantemente  são  violentadas pelo  machista, sexista e misógina,  assim como  conclamamos  a sociedade a repudiar toda e qualquer forma de violência contra as mulheres e a se posicionar firmemente  contra a  naturalização e  a  CULTURA DO ESTUPRO! 

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