ASSASSINATOS DE MULHERES CRESCE 50% EM IMPERATRIZ NO ANO DE 2016
Os dados levantados na imprensa local e no DATASUS, é analisado pela Assistente Social do Centro de
Direitos Humanos Padre Josimo, entidade que compõe do Fórum de Mulheres de Imperatriz, aponta que no ano de 2016 houve um aumento
de quase 50% nos assassinatos de
mulheres, em relação ao ano de 2015, o números de
mulheres mortas em Imperatriz volta a se equiparar aos
anos anteriores, como podemos confirmar abaixo.
Feminicídio é o assassinato de uma mulher pela condição de
ser mulher. Suas motivações mais usuais são o ódio, o desprezo ou o sentimento
de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, comuns em sociedades
marcadas pela associação de papéis discriminatórios ao feminino, como é o caso
brasileiro. Rixas: estado de rivalidade, de inimizade, de
hostilidade entre pessoas da família ou companheiros da vitima, na maioria dos
casos, envolve uso ou trafico de drogas. Latrocínio:
homicídio com o
objetivo de roubo, ou roubo seguido de morte ou de graves lesões
corporais da vítima
Uso ou trafico de drogas: envolvimento com submundo do trafico de drogas. Mulher: quando as vitimas foram assassinadas por outra mulher. Bala Perdida: quando uma pessoa é
atingida por um disparo de arma de fogo cuja origem é desconhecida. Outros/Desconhecido: quando o motivo do
crime não foi elucidado ou não condiz com nenhum dos fatos anteriores.
Dos 13 assassinatos de
mulheres em Imperatriz, 07 foram elucidados e seus autores presos.
Este número de assassinatos de mulheres em 2016 representa um retrocesso
significativo. São mortes, na sua maioria evitáveis se os órgãos públicos
municipais e estaduais de segurança, de educação, de políticas para as
mulheres,de direitos humanos e as instituições de justiça e religiosas
estivessem atuando de forma correta no enfrentamento ao fenômeno da violência
contra a mulher.
Mortes possivelmente evitáveis se os setores
machistas, conservadores, e reacionários que compõem e se impõe na maioria das
instituições públicas e privadas não se juntassem para impedir a formação e
informação sobre as desigualdades de gênero e a violência de gênero nas escolas
e espaços de formação de opinião e valores.
Mortes possivelmente evitáveis se as instituições religiosas em base aos ensinamentos cristãos informassem
insistentemente aos homens que é crime, depreciar, desqualificar, controlar,
humilhar, constranger, manipular, ridicularizar, perseguir, limitar o direito
de ir e vir, ou qualquer outras táticas que façam com que a mulheres se sintam
acuadas e inseguras, sem chance de reagir mediante uma situação de conflito ou
desentendimento do casal, colaborando assim para que as relações abusivas e
violentas psicológica e moralmente não sejam naturalizadas e evoluam para a
violência física e para o assassinato das mulheres, ao invés de silenciar e se omitir na maioria
das vezes, de abordar essas questões tão presentes na vida da maioria dos e das
suas fieis.
Mortes possivelmente evitáveis se os “SERVIÇOS ESPECIALIZADOS” fossem compostos por equipes
multiprofissionais realmente qualificadas, estudiosa de um fenômeno tão
complexo e presente na maioria da vida delas, mas que não pode ser
naturalizado, minimizado e tratado na maioria das vezes como um crime de menor
potencial ofensivo, especialmente pelos e pelas agentes públicas da segurança
pública. E principalmente se esses serviços trabalhassem em rede.
Mortes possivelmente evitáveis se as gestoras e gestores públicos atuassem com um
plano efetivo de coibir e efetivar a Lei Maria da Penha cumprindo o artigo 8º
da lei.
Mortes possivelmente evitáveis se os criminosos denunciados na DEM e outros órgãos
estivessem sendo
“punidos” na forma da lei, e freqüentando o Centro de Responsabilização do
Agressor, ao invés de terem suas penas suspensas em função da ausência desse
serviço, por falta de vontade política do poder público estadual, assim como,
se as milhares de ligações para os 190 no estado MA não fossem absolutamente
ignoradas.
CHEGA DE NEGLIGÊNCIA
É possível combater a
violência contra a mulher, efetivando um programa de prevenção, assistência e combate
à violência contra a mulher, através de ações articuladas entre as diversas
Secretarias Estaduais e Municipais,
construindo uma verdadeira rede de políticas em direção à cidadania que envolva
todas as instituições de justiça e religiosas. Nenhuma instituição publica ou
privada, órgão, agrupamentos, associações, pode se permitir se ausentar de
combater esse triste e doloroso fenômeno social, que atinge toda a sociedade, e
muitas vezes é romantizado e menosprezado por lideres políticos, profissionais
da segurança pública, religiosos e intelectuais, permitindo que milhares de
mulheres vivam doentes da alma e da mente, milhares de mulheres estejam
mutiladas fisicamente, que todo ano
milhares de mulheres sejam abusadas e violentadas sexualmente e mais de 4 mil mulheres sejam assassinadas no
Brasil.
A violência doméstica é uma
chaga social, que leva a humanidade a retroceder diariamente nas suas conquistas
civilizatórias. Ela é o degrau que leva milhares de mulheres, crianças e
adolescentes a situação vulnerabilidade, no mundo inteiro.
É responsabilidade dos
governantes efetivarem as condições objetivas para transforma essa realidade.
Conceição de Maria Amorim, Vanessa Freitas e Isac Ferreira
Coordenadores
do CPCDDHPJ
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Este
Documento é resultado de pesquisa e analise dos dados, realizados pela Assistente Social e Coordenadora do CPCDDHPJ,
Conceição Amorim. Ao utilizarem os dados e analises favor citar a fonte.
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