Mais um estuprador é liberado por desembargador do TJMA
FÓRUM DE MULHERES DE IMPERATRIZ
Há anos em todos os estados do Brasil, há
registro de mulheres que foram estupradas em consultórios médicos, no Maranhão
não é diferente.
No Brasil, a maior parte das mulheres não
registram queixa por constrangimento e humilhação, ou por medo da reação de
seus conhecidos e autoridades.
Mais de 500 mil pessoas são estupradas no
Brasil a cada ano, estima o Ministério da Saúde, o mesmo só não conta quantos
por cento são em consultórios médicos e odontológicos, isso pela forte atuação
das entidades de classe da categoria, que saem incondicionalmente em defesa do estuprador,
enquanto as vitimas podem contar com
poucas instituições que as encorajam e as protegem, principalmente quando se trata de mulheres
pobres e das periferias das cidades ou do interior em maior desvantagem social,
politica e economicamente.
Desgraçadamente os estupradores de Imperatriz
e do Brasil tem um poderoso aliado, alguns setores do judiciário.
Quem não se lembra do jovem estuprador da estudante
da UFMA, no inicio do ano? Está solto,
por determinação do TJMA.
Quem não se lembra do médico estuprador Roger
Abdelmassih condenado há 278 anos que foi liberado através de um habeas corpus
concedido pelo Supremo Tribunal Federal e só foi preso de novo porque
fugiu do Brasil?
Agora o
médico estuprador Claumir Simões foi liberado por um desembargador do TJMA,
depois de ter sua prisão determinada
pela juíza de primeira instancia de Imperatriz em base a um minucioso Inquérito Policial dirigido pela
Delegacia Especializada da Mulher e o
Ministério Público Estadual, apoiado em laudos técnicos irrefutáveis do
Instituto de Criminalística de Imperatriz.
Um vídeo feito pela vitima não permite
qualquer dúvida sobre a conduta do “estuprador de branco”, o mesmo ao ver o
vídeo em audiência reagiu dizendo que estava
perdido, afirmando literalmente que “dessa vez
sua esposa se separava dele”. Sim, não foi a primeira vez que
Claumir Simões foi acusado de violência sexual contra paciente, quem não se lembra
da surra que ele levou no seu consultório, do marido de uma paciente, no inicio do século,
entre 2001 e 2004, na presença de varias pacientes, em um consultório localizado enfrente a Praça Brasil? Muita gente não se lembra as redes
sociais não tinham tanta inserção, e
mais uma vez ele contou os “comparsas”
políticos e dirigentes de classe para manter o caso “abafado”.
Até quando as vitimas continuarão refém de um
judiciário sexista, machista, que minimiza os crimes praticados pelos “homens
brancos de bem” e “bem de vida”,
revitimizando e causando mais dores e sofrimento as vitimas de estupros?
Até quando o Tribunal de Justiça do Maranhão vai
continuar desrespeitando o Estatuto de Roma do Tribunal Penal
Internacional, promulgado
no Brasil, que considera o estupro, a escravidão
sexual, a prostituição, a gravidez e a esterilização forçadas ou qualquer outra
forma de violência sexual de gravidade comparável como crimes contra a humanidade?
O Movimento Feminista de Imperatriz e região, integrante
da Articulação de Mulheres Brasileiras do Fórum Maranhense de Mulheres e o Movimento
de Direitos Humanos de Imperatriz e região, integrante do Movimento Estadual e
Nacional dos Direitos Humanos, vem
mais uma vez a público dizer para a população e para o judiciário que atitudes
como essa fortalecem os estupradores e contribui para o aumento dos estupros em
nossa cidade, região, estado, país e no mundo.
Meia
dúzia de representantes da “lei” enclausurados nos seus gabinetes, nas suas crenças
e valores machistas, sexistas, patriarcais, em nome do princípio do livre
convencimento, não podem continuar a liberar estupradores, colocando em risco a
segurança das vitimas e de seus familiares a legislação em vigor no Brasil e a
dignidade de toda a sociedade em especial das mulheres.
Lugar de estuprador é na cadeia!
Comentários