A breve história de uma lutadora
Mulher do nordeste
brasileiro. Riograndense do Norte. Filha
de Maria do Carmo, do lar e Guilherme, comerciante. Tem o rosto marcado pelos 53 anos de uma vida
movida pelo bom combate. Entre idas e vindas de bons amores, permanece
solteira. Mulher de fibra. Mãe de Iza Amorim, um substantivo peculiar.
Aquela que anseia sempre
por mudanças. Vai aonde for possível para alcançar seus objetivos. Nascida em
Mossoró/RN, mas tem Imperatriz como cidade querida e um dos berços de sua
trajetória desde 1977. Dona de um admirável percurso na luta feminista.
Fascinada por contribuir em prol da mulher e dos menos favorecidos. Além disso,
é degustadora de um bom café e da culinária imperatrizense. Admiradora do por
do sol da Beira Rio. Por onde passa deixa sua marca de batalhar contra as
injustiças sociais. Amante de uma cerveja gelada (convites?) para regar um papo
leve e descontraído e amenizar o calor da cidade. Defensora daqueles que cruzam
seu caminho. Vira a cara para a violação dos direitos alheios e para falsidade.
É praticante do bem, das boas ações. Uma mulher sonhadora, pois sonhos é o que
move quem luta por justiça, liberdade e pela vida em sua plenitude. Uma pessoa vencedora.
Foi operária metalúrgica,
trabalhou como auxiliar de almoxarifado, caixa, vendedora e professora do
ensino fundamental. Militante desde os 15 anos. Ajudou a fundar o Partido dos
Trabalhadores (PT) de Imperatriz e Região Tocantina. Foi secretaria Geral da
Sociedade Maranhense de Direitos Humanos em Imperatriz. Atuou nas lutas
sociais, estudantis e comunitárias da região como ativista do Alicerce da
Juventude Socialista. De Imperatriz a São Paulo, deixou sua marca audaz,
iniciando sua atuação no movimento feminista através da organização das
mulheres sindicalistas. De volta para Imperatriz em 1994, continuou sua luta.
Criou o Comitê Permanente de Combate a Violência e a Negligencia Médica, que se
fundiu com o Movimento Fagulha e que se
consolidou como o Centro de Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos
Pe. Josimo. De 1998 a 2010 participou e presidiu o Conselho Municipal dos
Direitos da Mulher como representante da sociedade civil organizada. Como tal provocou
e promoveu audiências públicas sobre
políticas, saúde e segurança pública
para a mulher, negociou a implantação e melhoria de várias políticas públicas
para as mulheres e sociedade em geral. . Criou e desenvolveu o Projeto Retalhos
de Esperança, atendendo mulheres vitimas de violência doméstica e sexual, em
2003. Fundou em 2005 o Fórum de Mulheres
de Imperatriz, articulação política de entidades sociais e sindicais para
unificar as ações e lutas feministas e de mulheres. Militou pela Criação da Lei Maria da Penha, coordenou ações
de mobilização e articulação da implantação da Vara Especializada em violência
domestica e familiar da mulher, que aconteceu ainda em agosto de 2007. Foi uma
das coordenadoras do 1º encontro
Estadual das Mulheres Indígenas em 2009 e colaboradora do 2º Encontro Estadual das Mulheres Indígenas em
2014. Organizou e mobilizou as presas do Centro de Custodia de Preso de Justiça
–CCPJ de Imperatriz em 2010, para denunciar as péssimas condições de encarceramento, através de carta ao governo do estado e da
divulgação na mídia local e nacional, com resultado positivo. Foi a principal
articuladora da Campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a
Mulher de 2006 a 2014. Em 2016 organizou e promoveu pelo Centro de Direitos
Humanos Pe. 2ª Oficina de Formação de Jovens feminista e em parceria com o Centro de Estudos , Educação Terra e
Trabalho da UFMA (Universidade Federal
do Maranhão), realizou a 1ª Jornada
sobre Gênero da Região Tocantina.
Esta mulher com notória
trajetória de vida é Conceição de Maria
Amorim. Graduada em Serviço Social. Especialista em Políticas Públicas, em
Gênero e Raça e em Políticas Públicas de Saúde e da Família. Coordena o Centro
de Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Pe. Josimo, uma entidade
sem fins lucrativos que atua na articulação política da sociedade civil em
defesa da justiça e igualdade social. Membro da Rede Feminista Nacional de
Saúde Sexual e Reprodutiva e do Movimento Nacional de Direitos Humanos.
Coordena o Fórum de Mulheres de Imperatriz. Integrante do Fórum Maranhense de Mulheres
e da Articulação de Mulheres Brasileiras. Além das ações coletivas, realiza
atendimento e acompanhamento individual de mulheres em situação de violência
doméstica e familiar em todo o estado do Maranhão e violação de direitos
humanos. Conceição Amorim é reconhecida nacionalmente como uma das feministas
mais atuantes do Estado do Maranhão.
Além do amor, afeição e fascínio pela militância que há muitos anos se dedica, esta
rio-grandense de berço e imperatrizense por escolha sonha em ver as mulheres
conscientes de sua força, seu potencial e seus direitos, transformando
radicalmente esta sociedade desigual e opressora. Este é o seu projeto de vida
mais desejado.
Marta Xavier
Ex estudante de
Jornalismo da UFMA (Universidade Federal do Maranhão) e quase psicóloga pela
UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
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